quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mitos sobre a França e Paris

Existem muitos mitos sobre a França, sobre Paris e sobre os Parisienses. São coisas que sempre ouvimos no Brasil e nem sempre correspondem à realidade. 


Les carafe d'eau de la ville de Paris

Até a água é cara em Paris: Qualquer restaurante ou similar em Paris é obrigado a servir aos frequentadores uma garrafa de água gratuita. Mas em lugares muito turísticos, os garçons costumam oferecer às pessoas uma "bouteille d'eau" antes de trazer a "carafe d'eau". Qual é a diferença? A "bouteille d'eau" é a água mineral em garrafa e é paga. A "carafe d'eau" é a água potável da cidade de Paris, ou seja, água da torneira cuidadosamente acondicionada numa garrafinha fofa. Bom, é preciso dizer que aqui eles levam muito à sério a questão de qualidade da água (leia um pouco aqui http://www.eaudeparis.fr). Então, se você não quiser pagar pela água, basta fazer o seu pedido e acrescentar no final "Et une carafe d'eau, s'il vous plaît".


A loja de departamento mais chique de Paris é a Galeria Lafayette: Eu não sei se um dia isso foi uma verdade, mas a Lafayette hoje em dia é basicamente um ponto turístico. Os parisienses chics e endinheirados costumam frequentar uma outra loja de departamento, do outro lado do rio, chamada "Le Bon Marché"(http://www.lebonmarche.com/).



Services
Le Bon Marché

Porções pequenas: Eu não faço idéia de onde surgiu essa idéia, mas as porções francesas são muito generosas! É claro que quando você vai a um restaurante estrelado Michelin, e o menu tem 7 ou 8 pratos, as porções são menores sim, para que seja humanamente possível chegar até a sobremesa.

O melhor "macaron" é o da Ladurée (http://www.laduree.fr): Discordo. Não que seja ruim. É bom mas não é o melhor que já comi. Das grandes marcas, considerando Fouchon (http://www.fauchon.com), Lenôtre (http://www.lenotre.com), o que eu prefiro é o Pierre Hermé (http://pierreherme.com). Os macarons dele além de sabores mais criativos e inventivos, são crocantes ao mesmo tempo que macios e vem com mais recheio que os demais. Agora, considerando todos, e levando tudo em conta, o "macaron" da La Petite Rose, uma pequena e despretensiosa patisserie e boulangerie ao lado do Metrô Villiers, é o melhor. (https://plus.google.com/101089899659628254302/about?gl=fr&hl=en).



O menos afetado e melhor 'macaron'

A comida francesa é muito boa: Posso dizer que frenquento muitos restaurantes aqui. (Sim, porque eu gosto de comer. Gosto muito.) Restaurantes de todos os tipos e em todas as faixas de preços: com meus colegas estudantes, os mais em conta, com a família no cotidiano, os normais, e com o marido, os mais legais. Só consigo me lembrar de dois restaurantes dos quais eu possa realmente falar mal da comida. Bom, um era na Disney, então é meio óbvio, não conta. O outro foi um restaurante que fui com os colegas de curso, numa região bem turística. Então, come-se muito bem na frança sim!

Ne pas de quoi: Lembro de ouvir muita gente responder um "Merci beaucoup" com um "ne pas de quoi" (nem é preciso lembrar também da piadinha infame que acompanhava a frase, né?). Mas eu nunca ouvi um único Francês usar essa expressão por aqui. Depois de um "Merci" ouvimos sempre um "De rien" ou um "Je vous en prie".


Francês fuma muito:  "Oui", sem mais. Quer dizer, se fosse só isso tudo bem, mas eles jogam a bituca no chão, ainda que isso possa render uma multa de 35€.


Precisa de legenda?

Francês é grosseiro: Brasileiros são bem menos polidos que os franceses. Aqui, qualquer pessoa, ao se dirigir à outra, diz 'Bonjour' antes de qualquer outra coisa. "Merci" e "Pardon" é o que mais se ouve pelas ruas e no metrô. Os franceses são menos subservientes que os americanos, é certo, e nas áreas turísticas um pouco ranzinzas, mas não são grosseiros. Nas lojas não esperem vendedores sorridentes e ultraprestativos, acontece, mas não é a regra. Eles fazem o trabalho deles mas não ficam bajulando ninguém. E algumas vezes são ligeiramente diretos demais, o que nos causa uma certa aversão à princípio. Mas é uma questão cultural, você se acostuma.


Le Petit Parisien, 1952, foto de Willys Ronis

Baguete debaixo do braço: Logo que cheguei por aqui vi uma cena sensacional de uma mulher falando ao celular com não uma mas duas baguetes debaixo do braço. Estava com o Roberval e com a Daniela e lembro que ele fotografou o momento. Queria tanto aquela foto, Roberval! (update: o Rober e a Dani mandaram a foto e eu acrescentei aí embaixo!) Mas depois desse evento inesquecível, nunca mais reparei em ninguém carregando baguetes assim. Mas, vez ou outra, as pessoas acabam mesmo acomodando a baguete assim pra pagar alguma coisa, mas não é bem debaixo do braço e não altera em nada o sabor, eu garanto.


A francesa e suas baguetes

Sobre o tão falado banho: É claro que no metrô vez ou outra você esbarra com uma pessoa com um cheirinho não muito agradável. Você já andou de ônibus ou metrô no Brasil? Bom, boa sorte, companheiro! A verdade é que gente "alérgica" à desodorante tem em todo lugar. Os franceses tomam banho, os que eu conheço são até muito cheirosinhos. Portanto, se você visitar Paris e voltar com essa impressão, eu recomendo repensar o roteiro para a próxima vez!

Alguém conhece algum outro que eu não tenha comentado?

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