sexta-feira, 18 de maio de 2012

We'll always have Paris





A célebre frase de Casablanca é uma lembrança, um momento e uma promessa. Ali, Paris é passado, presente e futuro que coexistem. É a duração. Presente que não pára de passar e passado que se conserva, que permanece, que não pára de ser e por onde todos os presentes passam. Contínuo heterogêneo. O presente, ou real, visto como um recorte do tempo não existe. Porque o tempo é duração e indivisível. E o presente quando percebido já é memória ou virtual, problematizado, sendo já passado, sendo já duração. O 'real' é aquilo que olhamos e ainda não sabemos ver. Mas quando soubermos ele já terá tanto de nós que não será mais o que as pessoas gostam de chamar de real. A percepção do tempo como uma estrutura homogênea e divisível não é mais que uma abstração social dentro dessa perspectiva. A tão falada linha do tempo é uma convenção, ou melhor, uma distorção. E aí chegamos afinal. Paris é uma invenção, uma criação e é eterno. Paris, imagem-tempo. Lembrança, momento e promessa. 
Here's looking at you kid!

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